PROFESSOR INICIANTE NO MÉTODO MONTESSORI
Não creio que haja um método melhor que o montessoriano para sensibilizar as crianças sobre as belezas do mundo e para despertar sua curiosidade para os segredos da vida.
Gabriel García Márquez, Prêmio Nobel de Literatura
Diferentemente do ensino tradicional, na metodologia montessoriana, o professor não é a fonte de todo o conhecimento. Ele não conduz a criança pela mão até onde acredita que ela deva chegar, mas auxilia na trajetória que ela mesma vai criando à medida que testa seu potencial e descobre suas preferências.
Para um professor iniciante que vem do método tradicional, torna-se necessário e essencial que ele seja capacitado no método Montessori. Essa capacitação se dará por meio de cursos de treinamento e aperfeiçoamento. Nesses cursos, o profissional aprenderá o processo de aprendizagem infantil sob a perspectiva do desenvolvimento humano. Isso significa que ele passará a enxergar a educação de forma holística, não apenas focando na formação intelectual como responsabilidade da escola, mas também considerando o desenvolvimento motor, social e emocional.
No entanto, além dessa formação teórica, é preciso que ele desenvolva um perfil específico de atuação. É necessário que ele veja e pratique a educação integral, nutrindo em si mesmo uma postura científica em relação a ela, treinando suas habilidades de observação e interpretação. Essa construção ocorrerá ao longo do treinamento, com estágios supervisionados e imersões em práticas. Chamamos essa capacitação de construção profissional, pois, no final das contas, trata-se exatamente disso: uma mudança gradual na forma de ver e fazer educação.
O professor Montessori atua sob uma perspectiva bastante distinta da tradicional. Apesar de possuir a mesma formação básica em seu currículo, esse educador segue uma trajetória profissional diferente. Ele já deve estar ciente de que a escola Montessori baseia-se nos princípios da autoeducação, da educação cósmica, da educação como ciência, do ambiente preparado e do adulto preparado. Portanto, para se considerar um professor Montessori, ele deve pautar sua prática por esses princípios, assumindo o papel de guia e facilitador na construção de conhecimentos e experiências.
Além disso, ele se posiciona como um adulto preparado para perceber os desafios de seus alunos e elaborar a melhor forma de ajudá-los a superá-los. Na sala de aula montessoriana, não há uma padronização do que se espera do aluno. O professor está lá para garantir que cada indivíduo se desenvolva ao máximo, sem, contudo, limitar o potencial, a criatividade e as preferências pessoais. Pelo contrário, são fornecidos à criança os instrumentos adequados para que ela exerça sua criatividade, curiosidade, autonomia, capacidade crítica, motora e habilidades sociais, enquanto o professor desenvolve o desejo e a capacidade de observá-la.
A finalidade do professor é fornecer os meios necessários para a auto educação, auxiliando o aluno a identificar e superar os obstáculos, começando por aqueles que ele mesmo pode impor, pois o professor pode se tornar um grande obstáculo.
É necessário que o professor seja capaz de compreender a condição das crianças. Essas crianças estão em um período de transição, buscando portas abertas e batendo nelas, esperando que alguém as abra. O aluno é o protagonista, uma vez que a escola Montessori segue o princípio da autoeducação. A criança, por estar em constante desenvolvimento, direciona seus esforços para aperfeiçoar a si mesma, mesmo que de forma inconsciente. Suas interações com o mundo resultam em uma construção interna.
Referências:
Livro "Mente Absorvente" de Maria Montessori
Livro "Método Montessori" de Paula Polk Lillard
Centro educacional Professora Zeone Garcia
Blog "Escola Infantil Montessori"
Blog "Lar Montessori"