Encontramos no Método Montessori os elementos necessários para dar significado à Educação na sociedade atual. Cabe à escola assumir a responsabilidade, quase total, de conscientização da família e da comunidade, a fim de não assumir sozinha o processo formativo de uma personalidade única - seu aluno.
Neste momento da sociedade, constatamos o perfil do aluno que chega no ambiente escolar com a cultura que traz de casa. As crianças e jovens estão chegando à escola com menos maturidade emocional, movimentação, linguagem e comunicação restrita, solicitando cada vez mais a presença do adulto para encaminhá-lo à ação. Os teóricos em educação e os pais concordam que o jogo e o brincar são tarefas importantes do desenvolvimento infantil, não é tempo desperdiçado.
É com brincadeiras que as crianças aprendem a socializar-se, conhecem as regras da cooperação e da competição, recebem estímulos à imaginação. Essas capacidades são ainda mais importantes quando viramos adultos. São características das quais nossas economias dependem hoje em dia, diz Ken Robinson, consultor inglês, especialista em educação e inovação. Complementando, há duas outras coisas que ajudam: trabalhar em grupo e escrever.
Ainda, devemos considerar a importância do exercício de falar em público, pois assim se estabelece uma relação com a audiência e a possibilidade de improvisar, mais o de escrever para organizar as ideias. “Senão sentar para escrever, dificilmente as ideias aparecerão. A criatividade não é um processo aleatório, precisa de disciplina”, finaliza o educador.
A pergunta é ...
- O que e como a família está estimulando a percepção, insights, observação, criando situações de enfrentamentos possíveis à idade e de encorajamento?
- Será que a tecnologia, que veio para faciliar a nossa vida não está cerceando ou limitando os movimentos, pela falta de contato com a realidade vivenciada? Pode ser que estejamos super facilitando situações em que a criança/jovem pode fazer sozinho e deixando de estimular esquemas mentais, motricidade...
- Será que não percebemos a importância de aprender a lidar com a frustração lembrando que aprendemos com os erros?
- Será que a violência anunciada está nos paralisando, alimentando mais medos? – O medo, até certo ponto, é necessário no sentido de autopreservação, porém, pode tornar- se patológico; há que considerar as questões de segurança e a falta de espaço.
As vivências a que nos referimos apresentam-se como condição para a escola e para a família. A qualidade do tempo e da presença dos pais/adultos referem-se à Educação, que proporcionamos hoje e colheremos no futuro.
A nossa função é de criar os estímulos necessários, como meios (não fazer por eles), objetivando os resultados para desenvolver a capacidade de resiliência, autoeducação e evoluir a partir das vivências.