Podemos começar definindo o que é Inteligência Artificial (IA). Em suas aplicações atuais, Inteligências Artificiais são bases de dados gigantescas que utilizam modelos de programação como o Aprendizado de Máquina, o Processamento de Linguagem Natural (PLN), ou a Visão Computacional por exemplo. Utilizam estes métodos de processamento de dados para processar estas enormes bases de dados para que produzam algum resultado.
Muitas destas nos cercam diariamente a muitos anos sem fazer muito mais do que facilitar nossas atividades diárias ou transformar o nosso uso de plataformas em vícios com algoritmos especializados em manipular a nossa dopamina. Interagimos com estas tais “Inteligências” quando realizamos uma pesquisa no Google, quando rolamos pelos feeds das redes sociais, e até quando paramos para tentar achar alguma coisa em uma plataforma de streaming.
Estes usos podem passar despercebidos no nosso dia-a-dia, já que estamos acostumados até com assistentes virtuais que são comuns em nossas casas, como fazer uma pergunta ou pedir uma música para a Alexa ou pedir para a Siri marcar um compromisso no calendário. Estas ações que geraram grande estranheza quando chegaram ao mercado foram incorporadas em nossas vidas pela facilidade e comodidade que trazem consigo.
Da estranheza ao susto
Impossível negar que os que conhecem os novos desenvolvimentos de Inteligências Artificiais como o ChatGPT, DALL-E 2, ou o Midjourney AI; pularam esta reação de estranheza e se depararam com o susto de ver o que estas novas IAs são capazes.
Para quem não conhece, são novas IAs desenvolvidas nos últimos anos com a grande diferença de terem processado quantidades absurdas de dados da internet. Resultando, através do DALL-E 2 e Midjourney AI, em imagens geradas a partir de um texto; e em respostas a perguntas, através do ChatGPT, que imitam como humanos interpretariam e responderiam estas questões.
O grande susto em questão, é analisar o uso de uma IA como o ChatGPT quando relacionada à educação.
O ChatGPT, gera textos, responde às perguntas e interpreta os prompts enviados a ele imitando como um ser humano resolveria essas questões. Grandes questionamentos estão sendo levantados sobre como uma ferramenta como esta pode afetar negativamente a educação.
Como um exemplo para demonstrar a ferramenta, o prompt a seguir foi utilizado
“Escreva um parágrafo detalhado que ensine alguém sobre Maria Montessori e suas realizações no campo da educação.”
E a partir deste prompt o seguinte parágrafo foi gerado pelo ChatGPT.
“Maria Montessori foi uma médica e educadora italiana que viveu de 1870 a 1952. Ela é mais conhecida por desenvolver o método Montessori de educação, que enfatiza a aprendizagem prática e o desenvolvimento da independência e auto-direção nos alunos. A abordagem de Montessori para a educação baseou-se em suas observações do comportamento e aprendizado das crianças em ambientes naturais, e seus métodos foram utilizados em escolas ao redor do mundo. Além de seu trabalho na educação, Montessori também foi uma defensora dos direitos das mulheres e uma proponente da educação para a paz. Seu legado continua a influenciar a filosofia e a prática educacional até os dias atuais, e suas contribuições para o campo da educação foram reconhecidas com inúmeras honrarias e prêmios.”
O ChatGPT
Um dos grandes medos dos especialistas e professores é o uso da ferramenta por alunos na criação de produção de textos, e no desenvolvimento de trabalhos, por exemplo. A linha do uso saudável e do plágio com relação à ferramenta é tênue, e está em grande discussão hoje. Já que copiar na íntegra de uma página do Google é tido como plágio desde sempre, como lidar com a cópia de uma produção de texto que foi gerada por uma IA sem o conhecimento do professor.
Hoje já existem ferramentas para identificar textos que foram escritos por IAs, ponto extremamente importante, já que todos os professores precisam conhecer estas ferramentas e fazer a análise de quais atividades os alunos podem estar desenvolvendo com ou sem o auxílio de ferramentas como essa.
Os professores que estiverem à frente destas questões podem se informar sobre quais partes de suas matérias podem ser afetadas por tais ferramentas. E a partir disso, decidir como navegar ao redor delas.
Incluindo estas ferramentas em aula de forma positiva, como pode ser feito com o professor avaliando os prompts desenvolvidos pelos alunos para uma pesquisa e seus resultados. Ou avaliando um texto produzido em aula que complementa uma pesquisa feita pelo ChatGPT. Ou utilizando ferramentas complementares para checar se as produções dos alunos foram feitas utilizando IA, para que o uso dessas ferramentas não impactem negativamente a aprendizagem ou o pensamento crítico dos alunos.
Concluindo, o acesso à informação sempre existiu de diversas formas, e vai sempre evoluir. Não importa se essa informação foi adquirida em volta de uma fogueira, em bibliotecas, na barsa, no Google ou através da resposta de uma Inteligência Artificial.
O importante sempre vai ser o processo de checagem e síntese dessas informações em conhecimento. E cabe aos educadores estarem a frente destas ondas da tecnologia para melhor guiar os alunos em meio a tudo isso. **