O termo literatura em alguns dicionários quer dizer a arte de compor ou escrever trabalhos artísticos. O primeiro autor de literatura infantil foi um dinamarquês chamado Hans Christian Andersen e o pioneiro no Brasil foi Monteiro Lobato. A literatura infantil é aquela que corresponde de alguma forma aos anseios da infância, fazendo com que as crianças se identifiquem com ela.
A literatura tem papel fundamental no resgate do lúdico, na medida que traz os elementos necessários para que a criança possa vivenciar suas relações cotidianas, por meio de personagens enigmáticos, criando desta forma novos processos de relações sociais nos diferentes tempos e espaços. Hoje a literatura infantil é vista como porta para a criança entrar no mundo maravilhoso da leitura. Segundo Maria Montessori, a escrita é a expressão do pensamento e a leitura é uma habilidade para interpretar os pensamentos dos outros. A linguagem escrita e leitura trabalham juntas para o melhor desenvolvimento da expressão escrita.
Ao ler para uma criança o adulto está auxiliando no desenvolvimento do pensamento e na sua personalidade. A literatura desafia e também motiva seu leitor, tornando-o crítico e ampliando as habilidades da escrita. É comum que a criança encante-se e fique um bom tempo concentrada durante a leitura do adulto, além disso, é uma excelente oportunidade de transmitir o amor à leitura e ensinar valores, assim como propiciar a pronúncia de palavras novas, enriquecendo seu vocabulário.
“Os livros são casas de duas portas, uma para sair o conhecimento e a outra para entrar a sabedoria." (BRENON SALVADOR)
Faz-se importante ressaltar que o adulto não pode deixar que a literatura torne-se algo cansativo e monótono, para que a criança possa sentir prazer ao ler. Esse vínculo positivo possibilita o despertar das emoções que a leitura proporciona. É durante a infância que surge a necessidade da criança de defender a sua vontade, e a literatura facilita a compreensão de certos valores básicos da conduta humana, sendo que de uma forma ou de outra, não pode deixar de ser meio principal de formação integral de cada indivíduo. Para Meireles (1974), “a natureza e intensidade das emoções podem repercutir na vida do pequeno leitor de maneira definitiva. Não apenas ele se lembrará até a morte desse primeiro encantamento, como muitas vezes a repercussão tem resultados práticos: vocações que surgem, rumos de vida, determinações futuras.”
A literatura infantil interage na construção do conhecimento, e uma melhor compreensão de mundo. A literatura pode ocasionar uma vivência agradável no contexto no qual o indivíduo está inserido, promovendo momentos de atenção, alegria e interação, proporcionando a troca de ideias e ampliação das experiências.
O adulto deve demonstrar paixão pela leitura provocando pensamentos e questionamentos ao mesmo tempo em que envolve a criança com a história, abrindo espaço para que a criança converse sobre o que foi lido, deixando-a argumentar sobre suas emoções. Afinal, estas experiências literárias ajudam na construção da imaginação, da criticidade, da organização dos pensamentos e na estruturação da linguagem oral e escrita, enfim de toda uma subjetividade que não é possível definir o limite, pois:
“As crianças são investidas de poderes não conhecidos, que podem ser as chaves de um futuro melhor.” (Maria Montessori)
REFERÊNCIAS
MONTESSORI, Maria. Pedagogia científica: A descoberta da criança.1965. BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito da leitura. São Paulo: Ática,1987.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise didática 5ª edição. São Paulo: Global, 1981.
ZILBERMANN, Regina. A literatura infantil na escola. 8ª e 9ª edição. São Paulo: Global,1981/1994.