Pensar na educação é sempre um desafio. É também uma necessidade que não se restringe a quem trabalha no ambiente escolar. Isso porque a educação acontece em todos os espaços de sociabilidade e independentemente da idade. Acontece para além da escola e da universidade. Está presente na família, na igreja e em tantos outros lugares. Se apresenta como um complemento da escolarização, colocando os sujeitos em contato com aspectos diversos da vida em sociedade.
A Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 define que os “processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais (Art. 1º, LDB, 1996). Isso quer dizer que a educação não formal é parte relevante na formação do indivíduo. A maioria dos cursos de Educação ou Pedagogia, nas faculdades e universidades, mantém, na sua grade curricular, a disciplina de Educação Não Formal.
Convém apresentar algumas definições conceituais de termos. De acordo com Maria da Gloria Gohn (2006): a educação formal é aquela que ocorre no espaço escolar, tem conteúdos demarcados; a educação formal se refere ao que os sujeitos aprendem no decorrer dos processos de socialização, na família, com amigos, etc; a educação não formal acontece na vida em sociedade, nos espaços de compartilhamento de experiências, preferencialmente coletivos.
Todas essas formas de educação são importantes para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Entretanto, façamos o exercício de pensar um pouco mais sobre a educação não formal, pois ela, com sua intencionalidade, pretende capacitar os indivíduos a se tornarem cidadãos do mundo. (GOHN, 2006). Esse processo pode não ter objetivos claros definidos, pois acontece de acordo com as trocas de experiências entre os indivíduos, porém, educa para a civilidade e para a prática coletiva.
“A educação não-formal designa um processo com várias dimensões tais como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos [...]” (GOHN, 2009).
As reflexões do educador Rubem Alves ajudam a compreender melhor o que significa educar, nessa forma ampla que buscamos apresentar no texto. “As palavras só têm sentido se nos ajudam a ver o mundo melhor”. A educação é uma responsabilidade que deve ser compartilhada com toda a sociedade e em todos os espaços. Deve ser uma constante busca de cada um de nós.
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. A arte de educar. Disponível em:
https://www.cemundodosaber.com.br/noticias/a-arte-de-educar-um-lindo-texto-de-rubem-alves/
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, educador(a) social e projetos sociais de inclusão social, Scielo, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/s5xg9Zy7sWHxV5H54GYydfQ/
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Scielo, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ensaio/a/s5xg9Zy7sWHxV5H54GYydfQ/#ModalTablesFigures
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e o papel do educador (a) social. Revista Meta: Avaliação, v. 1, n. 1, 2009. Disponível em: https://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/metaavaliacao/article/view/1
GOHN, Maria da Glória. Educação não formal: direitos e aprendizagens dos cidadãos (ãs) em tempos do coronavírus. Revista Humanidades e Inovação v.7, n.7.7 – 2020. Disponível em https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/3259